Então eu fiquei lá embaixo da água como se nada conseguisse me encontrar. Cantando baixinho a música que me lembra um tempo bom, que eu talvez precise esquecer, mas a única coisa que eu não quero pensar agora é em o que ter que esquecer. Eu não queria ter que esquecer.
Eu costumava
a ser destemida, a ver o mundo como um parque de diversões, agora eu me pego
quieta sentada debaixo de um chuveiro cantando uma música que me lembra você. E
tudo o que eu queria era ter a capacidade de esquecer. Não por nós, por mim. Talvez
eu tenha cansado de reconstruí um castelo pra alguém ir lá e quebrá-lo em
pedacinhos. Ou talvez é só questão de tempo pra eu conseguir reerguer minha
cabeça e gritar pro mundo “foda-se, eu sou forte”.
Eu vejo tudo
desaparecer, você desaparecer, e tudo o que há aqui dentro sumir como se
nada tivesse acontecido. Então a única esperança seria me prender em meus
sentimentos, mas se eu me prender a eles, eu volto a me prender a você. É uma
confusão, um caos, eu gosto. Eu gostaria que você lutasse contra você mesmo,
pois valeria a pena. Eu gostaria que você ficasse.